A epidemia da solidão chegou ao trabalho. Sua empresa está preparada?

Isolamento social é apontado como ameaça à saúde pública pela OMS. Entenda qual o papel das companhias e da sociedade no combate ao problema.

Por Ana Carolina Peuker

Em 2023, a Organização Mundial da Saúde reconheceu a solidão como uma ameaça à saúde pública global. O tema ganhou força após a publicação do relatório “Our Epidemic of Loneliness and Isolation”, do cirurgião-geral dos Estados Unidos, Vivek Murthy. Segundo o documento, a falta de conexão social está associada ao aumento de doenças como depressão, ansiedade, hipertensão e demência, além de elevar o risco de morte precoce.

O relatório aponta que o impacto da solidão na saúde pode ser comparado ao de fumar 15 cigarros por dia. O problema, antes tratado como íntimo ou pessoal, passou a ser entendido como um fenômeno social. As empresas também precisam fazer essa transição de olhar.

Solidão: um fator de risco dentro das organizações

A nova configuração do trabalho — mais remota, fragmentada e acelerada — reduziu os espaços espontâneos de convivência. Embora conectadas o tempo todo, muitas pessoas se sentem sozinhas em seus ambientes profissionais. Não encontram espaço para falar, não se sentem ouvidas ou acolhidas por suas equipes.

Essa ausência de vínculo interfere diretamente na motivação, no engajamento e na saúde emocional dos trabalhadores. De acordo com o relatório americano, o estresse causado pelo isolamento custa cerca de US$ 154 bilhões ao ano às empresas, apenas nos Estados Unidos.

No Brasil, a atualização da Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1) traz um novo marco: riscos psicossociais passaram a fazer parte da gestão obrigatória de saúde e segurança. Isso inclui mapear situações de exclusão, silenciamento e baixa percepção de pertencimento no ambiente de trabalho.

A Bee Touch na reportagem sobre o tema

A CEO da Bee Touch, Ana Carolina Peuker, foi uma das especialistas ouvidas na reportagem publicada nesta semana sobre os efeitos da solidão na saúde mental e nos ambientes profissionais.

“A solidão não é ausência de gente. É a experiência de não ser considerado, de não ser levado em conta. Isso pode acontecer dentro das famílias, nas escolas ou nas empresas”, afirmou Ana Carolina na entrevista.

A fundadora da Bee Touch também alertou para os efeitos da sobrecarga emocional nas mulheres, que seguem acumulando responsabilidades no cuidado de filhos, idosos e familiares — o que reduz o tempo disponível para lazer e relações sociais de qualidade.

Ana Carolina Peuker, fundadora e CEO da Bee Touch (Crédito: Morgana Mazzon)

Diagnóstico, dados e ação

A Bee Touch trabalha com tecnologia e ciência psicológica para avaliar riscos psicossociais de forma precisa, ética e aplicável. Nossas soluções ajudam empresas a compreender o impacto de aspectos como solidão, exclusão, sobrecarga emocional e insegurança psicológica, oferecendo dados acionáveis e planos de cuidado com base em evidências.

As estratégias incluem diagnóstico estruturado, apoio à liderança e desenho de intervenções específicas, sempre alinhadas à cultura da empresa e às exigências legais em saúde e segurança.

Vínculos são parte da saúde

A construção de ambientes de trabalho mais saudáveis passa pela valorização das conexões humanas. Criar espaços de escuta, promover redes de apoio e cultivar rituais coletivos são medidas que contribuem para a qualidade de vida no trabalho e para a sustentabilidade das organizações.

Empresas que negligenciam o tema podem estar ignorando um fator que afeta diretamente a produtividade, a reputação e a retenção de talentos.

Veja mais em: https://www.meioemensagem.com.br/womentowatch/como-a-solidao-virou-crise-global-para-governos-e-empresas


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