Benefícios vs. Gestão de Riscos Psicossociais: Quais as diferenças na Saúde Mental no trabalho?
Com a crescente conscientização sobre a saúde mental no ambiente de trabalho, muitas empresas estão implementando diferentes tipos de iniciativas para apoiar o bem-estar dos seus trabalhadores.
Com a crescente conscientização sobre a saúde mental no ambiente de trabalho, muitas empresas estão implementando diferentes tipos de iniciativas para apoiar o bem-estar dos seus trabalhadores. No entanto, é fundamental compreender a distinção entre “benefícios” e “gestão de riscos”, pois esses conceitos, embora inter-relacionados, desempenham papéis diferentes e complementares na criação de um ambiente de trabalho saudável.
Benefícios: Apoio ao bem-estar
Benefícios são medidas que visam oferecer suporte e alívio para a saúde mental dos trabalhadores. Eles são importantes para promover um ambiente de trabalho mais positivo e ajudar a lidar com o estresse e outros desafios. Entre os benefícios mais comuns, podemos citar:
- Serviços de terapia e aconselhamento, muitas vezes, são oferecidos por meio de um “ticket terapia”. Este benefício fornece suporte psicológico acessível, mas não aborda necessariamente os fatores que causam estresse no local de trabalho.
- Atividades de Bem-Estar: Oferecer atividades como yoga, meditação, ou grupos de apoio pode promover um ambiente mais equilibrado e melhorar a moral dos trabalhadores. Essas iniciativas ajudam a reduzir o estresse e promovem o bem-estar geral, mas são medidas complementares e não substituem uma abordagem sistemática para a gestão de riscos.
- Flexibilidade no trabalho: Políticas que permitem horários flexíveis ou trabalho remoto podem reduzir o estresse e melhorar o equilíbrio entre vida profissional e pessoal. Embora essas medidas contribuam para a saúde mental, elas não resolvem problemas estruturais ou sistêmicos dentro da organização.
Gestão de Riscos Psicossociais: Abordagem técnica da área de saúde e segurança ocupacional e sistêmica
Por outro lado, a gestão de riscos é uma abordagem altamente técnica que faz parte da área de saúde e segurança ocupacional e estratégica que envolve identificar, avaliar e controlar os riscos que podem impactar a saúde mental dos trabalhadores. É um processo mais amplo e sistemático que inclui:
- Identificação de fatores de riscos psicossociais: Envolve a análise detalhada do ambiente de trabalho para identificar fatores que podem causar estresse, como sobrecarga de trabalho, assédio, falta de apoio, e condições de trabalho adversas.
- Avaliação e controle: Uma vez identificados, esses riscos precisam ser avaliados quanto à sua gravidade e probabilidade de ocorrência. A gestão de riscos inclui a implementação de controles e medidas corretivas para mitigar esses riscos, como a revisão das cargas de trabalho ou a melhoria da comunicação e suporte entre as equipes.
- Monitoramento e revisão contínua: A gestão de riscos não é um processo estático. Requer monitoramento contínuo e ajustes baseados em mudanças nas condições de trabalho e no feedback dos trabalhadores. Isso garante que as medidas adotadas sejam eficazes e que novos riscos sejam identificados e abordados de forma proativa.
Por que entender essa diferença é importante?
Compreender a diferença entre benefícios (ex. “Ticket terapia”) e a gestão de riscos é essencial para implementar uma abordagem eficaz para a saúde mental no trabalho. Benefícios são úteis para oferecer apoio imediato e promover um ambiente mais saudável, mas eles não substituem a necessidade de uma abordagem técnica e estruturada para lidar com a gestão de fatores de riscos psicossociais.
A gestão de riscos, por outro lado, é fundamental para abordar as causas subjacentes do estresse e garantir um ambiente de trabalho seguro e saudável. Enquanto os benefícios ajudam a aliviar o estresse, a gestão de riscos busca eliminar ou reduzir as fontes de estresse, criando uma base sólida para o bem-estar dos trabalhadores.
Para uma abordagem custo efetiva à saúde mental no trabalho, é fundamental combinar benefícios que favoreçam o bem-estar imediato com uma gestão de riscos que trata das causas estruturais do estresse. Essa combinação não apenas ajuda a promover um ambiente de trabalho positivo, mas também garante que as medidas adotadas sejam sustentáveis e eficazes a longo prazo. Por isso, ao desenvolver a estratégia para a saúde mental em sua empresa, não se limite a oferecer benefícios. Invista também em uma gestão de riscos robusta e técnica, que garanta a segurança e o bem-estar contínuo dos seus trabalhadores. Ah! E mais uma vantagem: estar em conformidade com a nova redação da NR 1 do MTE