“Cansaço mesmo após o descanso”: Estudo inédito mostra como a hiperconectividade está drenando o cérebro dos adultos brasileiros

O Instituto Labee – Laboratório de Evidências em Saúde Emocional e Bem-Estar – apresenta um estudo inédito que acende o alerta sobre um novo padrão de consumo digital que está afetando diretamente a saúde mental da população adulta brasileira. Com base na análise de 356 entrevistados, o levantamento revela que o uso intenso de redes […]

Por Ana Carolina Peuker

O Instituto Labee – Laboratório de Evidências em Saúde Emocional e Bem-Estar – apresenta um estudo inédito que acende o alerta sobre um novo padrão de consumo digital que está afetando diretamente a saúde mental da população adulta brasileira. Com base na análise de 356 entrevistados, o levantamento revela que o uso intenso de redes sociais e o bombardeio de vídeos ultracurtos, repetitivos e muitas vezes criados por IA, têm causado esgotamento mental, ansiedade, irritabilidade e queda de produtividade, especialmente entre as mulheres.

Esse fenômeno, apelidado de Brain Rot, tem provocado atenção fragmentada, sensação de “descanso que não descansa” e dependência de estímulos imediatos. Para a psicóloga e PhD Ana Carolina Peuker, fundadora do Labee e coordenadora do estudo, estamos confundindo entretenimento com exaustão digital — e pagando caro por isso em nosso bem-estar emocional e cognitivo.

DADOS DE DESTAQUE DO ESTUDO:

87% dos entrevistados passam de 1 a 5 horas por dia em redes sociais.

76% relatam dificuldade de concentração diariamente.

74% se sentem frequentemente ansiosos, irritados ou mentalmente exaustos.

70% afirmam que o uso constante do celular prejudica a concentração no trabalho.

1 em cada 3 já tentou fazer uma “desintoxicação digital” por conta própria.

A maioria dos entrevistados (64,3%) é do sexo feminino e relata sintomas como ansiedade e fadiga mental com frequência.

POSSÍVEIS PONTOS PARA SEREM ABORDADOS: 

1. O que é exatamente o fenômeno Brain Rot e como ele afeta o cérebro humano?

2. Por que as mulheres foram as mais afetadas na pesquisa?

3. Existe um tipo de conteúdo mais prejudicial? Como identificar e se proteger?

4. O que caracteriza um ciclo de hiperestimulação digital e como sair dele?

5. Como podemos reeducar o cérebro para voltar a se concentrar em tarefas mais longas?

6. Quais práticas reais e acessíveis você recomenda para reduzir os impactos do uso excessivo de redes sociais?

7. O que é, de fato, uma desintoxicação digital eficaz?

8. Existe um limite saudável de tempo de uso de redes sociais por dia?

9. Como os ambientes de trabalho podem ajudar os profissionais a lidar com essa exaustão mental digital?

10. Como diferenciar cansaço normal de esgotamento cognitivo provocado por hiperconectividade?

Levantamento inédito do Instituto Labee mostra que a hiperconectividade tem deixado os adultos brasileiros, principalmente as mulheres, exaustos

87% passam entre 1 e 5 horas por dia em redes sociais

76% relatam dificuldade de concentração diária

74% se sentem ansiosos, irritados ou mentalmente exaustos com frequência

70% sentem que o uso constante do celular prejudica a concentração no trabalho

Uma nova forma de consumir conteúdo está moldando (e sobrecarregando) o cérebro dos adultos brasileiros. Vídeos ultracurtos, coloridos, caóticos, com sons repetitivos e estética nonsense — como Tung Tung Sahur ou o tubarão de tênis — tomaram conta das telas. O nome disso? Brain Rot: um fenômeno digital que tem alarmado especialistas em saúde mental.

Esse tipo de conteúdo, muitas vezes criado por algoritmos ou inteligência artificial, parece inofensivo — mas o efeito é devastador: atenção fragmentada, esgotamento cognitivo e queda de produtividade. O algoritmo entendeu que, quanto menos sentido o vídeo faz, mais tempo o cérebro fica preso nele.

De acordo com levantamento inédito do Instituto Labee – Laboratório de Evidências em Saúde Emocional e Bem-Estar, apresentado na Rio2C 2025, com adultos brasileiros:

87% passam entre 1 e 5 horas por dia em redes sociais

76% relatam dificuldade de concentração diária

74% se sentem ansiosos, irritados ou mentalmente exaustos com frequência

1 em cada 3 já tentou fazer uma “desintoxicação digital” por conta própria

O que antes era entretenimento virou um ciclo de hiperestimulação constante — e o cérebro humano não está preparado para suportar esse ritmo.

Os dados revelam que 70% dos adultos sentem que o uso constante do celular prejudica sua concentração no trabalho. Muitos relatam uma sensação de “cansaço mesmo após o descanso”, o que pode indicar que o tempo de lazer, frequentemente dominado por conteúdo digital superficial, não tem promovido verdadeira recuperação mental.

“Estamos chamando de lazer algo que, na verdade, está nos drenando. O conteúdo que consumimos no tempo livre está interferindo diretamente no nosso desempenho, sono e bem-estar emocional”, explica Ana Carolina Peuker, fundadora do Instituto Labee, PhD em psicologia e coordenadora do estudo.

Perfil dos entrevistados

O levantamento foi feito com 356 adultos, com idade média de 40 anos. A maioria se identifica como mulher (64,3%) e relata sintomas recorrentes de ansiedade, fadiga mental e perda de foco associados ao uso de redes sociais. Esses dados reforçam a urgência de repensar nossa relação com o consumo digital.

Como sair desse ciclo vicioso?

A proposta não é fugir da tecnologia — é reaprender a usá-la. Neurologicamente, esses vídeos, por exemplo, ativam o sistema de recompensa do cérebro, liberando dopamina, o que pode, a longo prazo, reduzir a tolerância à monotonia e dificultar a concentração em tarefas mais complexas, treinando o cérebro para buscar gratificação instantânea.

Embora os efeitos a longo prazo ainda não tenham consenso científico, o “Tung Tung Sahur” simboliza como o conteúdo digital está moldando nossos hábitos mentais, sugerindo que é preciso refletir sobre o uso desse tipo de entretenimento e seus impactos na nossa capacidade de atenção. “Não é sobre largar a internet. É sobre não deixar que ela tome conta da sua mente”, afirma Peuker. “Pense como uma alimentação: ninguém vive só de batata frita. Então por que viver só de ‘Tung Tung’?”

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