Inovação com propósito: Antecipando o futuro para transformar o presente

Inovar é necessidade estratégica que exige antecipação de tendências e mudança cultural profunda. A Bee Touch exemplifica inovação guiada por foresight na gestão de riscos psicossociais, colocando pessoas no centro e preparando empresas para o futuro que já chegou.

Por Ana Carolina Peuker

A reunião de segunda-feira começou com uma pergunta simples, mas perturbadora: “Como vamos inovar este ano?” A questão veio do CEO, com aquele sorriso de quem quer respostas rápidas e soluções mágicas. Ninguém falou de imediato. O silêncio desconfortável foi preenchido por olhares trocados e algumas anotações rabiscadas. Porque, no fundo, todo mundo ali sabia: inovar é mais fácil de falar do que fazer.

Inovar hoje não é mais um luxo, mas uma necessidade estratégica. As empresas que lideram seus setores não são aquelas que simplesmente melhoram o que já existe, mas as que transformam a forma de pensar o futuro. É aqui que a tal “inovação guiada por foresight” (antecipação de cenários) entra na jogada. Instituições como o Copenhagen Institute for Futures Studies (CIFS) vêm batendo nessa tecla há anos, defendendo que a verdadeira inovação começa quando se antecipa as tendências que moldarão o mercado – e o comportamento humano – nos próximos cinco ou dez anos.

Mas entre o conceito e a prática, existe um abismo. E é exatamente nele que a maioria das empresas se perde. Por quê? Porque a inovação guiada por foresight exige mais do que um simples plano de ação; ela demanda uma mudança profunda na cultura corporativa. Não é só sobre novas ideias, mas sobre prever o impacto dessas ideias no mundo real.

Uma corrida contra a própria inércia

O Fórum Econômico Mundial costuma destacar as tendências que vão moldar o futuro do trabalho e da educação, sempre com aquele tom quase futurista que parece saído de um filme de ficção científica. Mas o futuro não é ficção; ele já está aqui, e as empresas que não entendem isso acabam presas em ciclos de inovação incremental — uma mudança aqui, outra ali, mas nada que realmente sacuda as bases. A cada novo software implantado, a empresa se gaba de estar “inovando”, mas a verdade é que, sem uma visão de longo prazo, o que se tem é apenas uma corrida para ficar parado no mesmo lugar.

A McKinsey, em parceria com o próprio FEM, criou o Global Lighthouse Network, uma iniciativa para identificar as empresas que realmente estão liderando o caminho na transformação digital. O que essas empresas têm em comum? Elas entenderam que a transformação não pode ser superficial. Colocaram as pessoas no centro do processo e mudaram a estrutura de dentro para fora.

A inovação real não acontece em silos, mas quando toda a organização está preparada para se transformar, com líderes visionários, equipes ágeis e uma tecnologia que serve a estratégia, não o contrário.

Bee Touch: Uma DeepTech pioneira na Gestão Digital de Riscos Psicossociais

Um exemplo de como a inovação profunda (deeptech) está transformando o ambiente corporativo é o trabalho que fazemos na Bee Touch. Nossa plataforma, construída com tecnologia avançada, a Avax.ai, é mais do que uma simples solução tecnológica; ela combina IA e inteligência de dados para rastrear e monitorar os riscos psicossociais de maneira contínua e em tempo real.

O que nos diferencia é a abordagem proativa que adotamos em relação à saúde mental no ambiente de trabalho. Riscos psicossociais, como estresse e assédio, muitas vezes passam despercebidos até que já tenham causado danos significativos à saúde dos trabalhadores e ao desempenho operacional. Com a Bee Touch, as empresas conseguem detectar esses sinais antes que eles se transformem em problemas maiores, permitindo uma gestão mais eficiente e estratégica da saúde mental no trabalho.

Nossa plataforma é mais do que uma ferramenta de compliance; ela é um verdadeiro sistema de suporte à decisão, ajudando líderes a tomar decisões informadas, que promovam o bem-estar e reduzam os custos associados a problemas de saúde mental. Em essência, o que oferecemos é uma maneira de prever e mitigar riscos — uma inovação guiada por foresight, aplicada à gestão de pessoas.

O Futuro é agora. Mas, nem todos sabem

No fim das contas, a inovação guiada por foresight, a transformação digital e a capacitação tecnológica são tendências que caminham juntas. O problema é que, muitas vezes, as empresas abordam cada uma delas separadamente. Querem inovar sem pensar no impacto de longo prazo, investir em tecnologia sem preparar a equipe, ou fazer uma “transformação digital” sem realmente mudar o jeito como trabalham.

Grandes companhias já compreenderam que é possível transformar de forma profunda e sustentável. Elas entenderam que, para inovar de verdade, é preciso antecipar o futuro, formar líderes corajosos, e, acima de tudo, colocar as pessoas no centro da estratégia. Sem isso, toda a tecnologia do mundo não será capaz de tirar a organização da inércia.

Naquela reunião de segunda-feira, depois de uma longa discussão, o consenso foi que, sim, vamos inovar. Mas desta vez, com uma visão mais ampla, menos focada em pequenas melhorias e mais voltada para o futuro que, gostemos ou não, já chegou. E, como dizem por aí, o futuro não espera ninguém.

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